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25/04/2019

28 DE ABRIL: Curiosidades, homenagens e protestos na área de SST


 

Existem diversas datas importantes para se refletir, comemorar ou protestar. Não e difícil encontrar pessoas se confundindo com datas comemorativas relacionadas à saúde e especialmente com a saúde do trabalhador

 

Conheça algumas:

 

Podemos citar o O “Dia mundial da saúde”, criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 7 de abril de 1950.

 

Além do “Dia mundial da saúde”, você conhece datas como: o dia “Dia Mundial de Combate à AIDS”, “Dia Mundial da Saúde Bucal”, “Dia Mundial da Atividade Física”, “Dia Nacional de Qualidade de Vida”, e o “Dia Mundial da Visão”, entre outras.

 

Sabia que, no dia 28 de abril que é o “Dia Mundial em Memória das Vitimas de Acidentes e Doenças do Trabalho“ também se comemora o “Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho”?  

 

Importante ressaltar que, muitas organizações batizam esta data com nomes similares. Grande parte trata como “Dia Mundial em Memória das Vitimas de Acidentes do Trabalho“, muitos acrescentam as doenças do trabalho, ficando “Dia Mundial em Memória das Vitimas de Acidentes e Doenças do Trabalho“, enquanto outras denominam a data como “Dia Mundial em Memória das Vitimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho“. Particularmente considero a última, uma denominação mais atual. 

 

Segundo pesquisas, o “Dia mundial da saúde” foi criado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 7 de abril de 1950, quando da realização da primeira Assembleia. Como referência, a  OMS nasceu em 7 de abril de 1948 e daí, a dia comemorativo evoca a data de criação da Organização, que desta forma, utiliza como marketing positivo a data para chamar a atenção da sociedade em torno do assunto saúde no mundo.

 

Outra data bastante importante é o  dia 1º de dezembro, instituído como o “Dia Mundial de Combate à AIDS”, também conhecido por diversos nomes similares adotados. Chama a atenção para a conscientização sobre a doença. Desde o final dos anos 1980, tal dia vigora no calendário de milhares de pessoas ao redor do mundo. Segundo a OMS, ao final de 2007, 33 milhões de pessoas conviviam com o vírus do HIV no planeta, e diariamente surgem 7.500 novos casos.

 

Menos lembrado, podemos citar o “Dia Mundial da Saúde Bucal” voltado à prevenção do câncer de boca, que é comemorado no dia 20 de março. A data foi Instituída pela Federação Dentária Internacional (FDI) e realizada no Brasil pela Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD),

 

Vale anda comentar a existência de outras datas específicas como o dia 6 de abril quando é comemorado o “Dia Mundial da Atividade Física”. O sedentarismo é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Diante disso, a OMS instituiu a data, objetivando a prevenção ao sedentarismo, com incentivos à prática de atividades físicas em locais públicos.

No Brasil se referencia o dia 11 de abril como o Dia Nacional de Qualidade de Vida”.

 

Outra data que muitos não sabem é o “Dia Mundial da Visão”, instituído no ano 2000. A data tem como objetivo principal eliminar a cegueira por causas evitáveis no mundo até o ano de 2020. A iniciativa é coordenada pela OMS e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB- International Agency for Prevention of Blindness) e outros apoios de entidades internacionais. É celebrado anualmente na segunda quinta-feira do mês de outubro e originalmente foi lançado pela Fundação Internacional dos Lions Clubes em 1998.

 

A data chama atenção para o problema da cegueira global. Segundo o site da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (http://www.sboportal.org.br/links.aspx?id=7, acessado em 22/05/2014), “a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no nosso mundo, e uma criança fica cega a cada minuto”. O custo econômico da cegueira no mundo é estimado em US$ 28 bilhões por ano.

 

Também pouco lembrado é o Dia Nacional de Segurança e Saúde nas escolas.

 

O dia 10 de outubro foi instituído por força da Lei Federal nº 12.645, de 16 de maio de 2012, para que os ambientes escolares incorporem a data como uma atividade pedagógica nas escolas.

 

A escola do seu filho sabia disso?

 

Sob o contexto da saúde do trabalhador, temos o “Dia mundial em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho” e o Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho”, ambos oficializados no dia 28 de abril, o que causa certa confusão.

 

O movimento do 28 de abril, que já é bastante conhecido, que é o dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho - surgiu no Canadá, por iniciativa do movimento sindical daquele país, como ato de protesto contra as mortes e doenças causados pelo trabalho.

 

Diversas fontes relatam que a data foi escolhida em razão de acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de 1968, especificamente em 20 de novembro, sem alguma relação com o dia 28 de abril, no entanto se tem notícias de outros dois grandes e históricos acidentes em minas no mesmo estado de Virgínia (Eccles Mina, em 28 de abril de 1.914 e Benwood Mine, em 28 de abril de 1924).

 

Independente das polêmicas sobre o contexto que envolveu sua criação, a data tornou-se consenso em todo o mundo, com foco na promoção da saúde ocupacional, na luta contra os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, e pela melhoria das condições de trabalho.

 

Segundo a OIT, desde 1996 se homenageia as vítimas de acidentes e doenças oriundas do trabalho, cuja homenagem é proposta pela International Confederation of Free Trade Unions, que é uma confederação internacional que agrega sindicatos.

 

A data somente foi oficializada pela OIT, pela primeira vez, em 2.001 e, em 2003, a OIT oficializou o dia como “Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho”, para promover uma conscientização sobre prevenção. O fato é que esta campanha foi proposta no dia 28 de abril e, talvez, por este fato, algumas pessoas entendem que o “Dia Mundial em Memória das Vitimas de Acidentes e Doenças do Trabalho“ tenha sido iniciado somente em 2003.

 

O importante é que o movimento foi se espalhando por diversos países, inclusive o Brasil, cuja data é marcada por mobilizações de diversos organismos, principalmente os sindicais, por atividades marcadas por denúncias e reflexões sobre a saúde do trabalhador. 

 

Recentemente aqui no Brasil, podemos citar o caso de Mariana em Minas Gerais, com o rompimento da barragem da Samarco, vitimando trabalhadores e cidadãos, causando o maior acidente em termos de proporção, afetando a vida de milhares de pessoas e destruindo a natureza deforma devastadora.

 

Passaram-se três anos do maior desastre ambiental registrado no País, onde vidas foram ceifadas, sonhos destruídos, sustentos arrebatados, e toda esperança de muitos, dilacerada. Literalmente, o distrito de Bento Rodrigues em Mariana-MG, foi enterrado para sempre, além de outros atingidos, e prejuízos de toda a sorte.

 

Em meio a tanta dor e sofrimento, sequer as marcas do desastre puderam ser removidas, e jazem - sob toneladas de rejeitos -, além da própria honra, do orgulho, o chão das pessoas, toda uma história de vida e trabalho, de luta, de morte e de horror.

 

E, não bastasse a fatídica realidade, assistimos inertes e atônitos o replay desse crime imensurável: outra dose de 50 milhões de metros cúbicos de resíduos de minérios, matando pessoas, devastando vilarejos e arrasando a fauna e a flora que encontra pelo caminho, agora em Brumadinho-MG.   


Na verdade, não importam as questões que deram origem ao movimento, ou o nome que foi destinado, e sim, o que ele representa, aliado às ações voltadas ao enfrentamento dos problemas causados pelos acidentes e doenças no trabalho, à precariedade dos ambientes de trabalho. Estas sim, deveriam mobilizar – de fato – a sociedade, em todo o mundo.

 

Se ficarmos calados, esse silêncio será a nossa condenação e o nosso legado perante nossos filhos e netos. Não seremos dignos de olhar - de cabeças erguidas - as futuras gerações.

 

Afinal, dentro de toda essa tragédia, não podemos ignorar os acidentes de trabalho que vitimaram pessoas tanto na primeira tragédia, quanto nesta agora, que ainda nem sequer sabemos quantas vidas foram perdidas, entre a população e os trabalhadores que estavam nas instalações da mineradora.

 

Nós cidadãos e profissionais da segurança e saúde no trabalho, sabemos o valor da prevenção e o quanto ainda nossa Nação está longe de uma cultura que adote procedimentos de antecipação aos riscos.

 

De nada adianta, todo um aparato de iniciativas, promessas e mais promessas, quando a tragédia já se instalou e nada foi feito para prevenir.

 

Significa que nada foi feito de fato.

 

Textos de Adonai Ribeiro, extraídos – em parte - do blog do Instituto ERGON

 



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