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02/04/2019

BRASIL, país sem Consciência Prevencionista


Caros amigos leitores de nosso Jornal Primeiro Passo, neste Editorial iremos comentar um tema que estamos cansados de debater. Iniciamos o ano de 2019 cheio de novidades, principalmente em nosso segmento que é Segurança e Saúde dos trabalhadores. Mudou o governo recentemente e já temos algumas mudanças, uma delas a extinção do Ministério do Trabalho e a transferência de sua estrutura para outros ministérios como o da Economia e Justiça. Essas mudanças vêm causando muita intranqüilidade à todas as categorias profissionais que compõem os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), com relação a qual cenário esperar para este ano.

 

Os trabalhos de rotina continuam acontecendo em nossa área, mas o momento pelo qual estamos passamos mostram um cenário obscuro, pois não temos uma clara e evidente definição de como as coisas irão acontecer em nosso setor. Uma coisa é certa, como em todos os momentos por, nós, TSTs, presenciados e vivenciados, a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais nunca esteve num patamar tão dramático como agora.

 

Enfatizamos que, com isso, o risco que a SST corre é o desmantelamento total de sua espinha dorsal, pois, infelizmente, por estamos em um país que nunca deu a importância devida à integridade física e a saúde dos nossos trabalhadores, a começar pelo governo, que foi obrigado a implantar uma política de SST emergencial na década de 70, empurrando ´goela abaixo´ as 28 Normas Regulamentadoras para que os empresários brasileiros tivessem que atendê-las. Claro que tivemos uma grande melhora na redução dos acidentes de trabalho naquele momento, no qual a obrigatoriedade de todas as empresas dependendo do seu grau de risco e número de empregados celetistas, teriam de manter o Serviço Especializado em SST, conforme a NR-4.

 

Já se passaram varias décadas, e, infelizmente, ainda temos que conviver com inúmeras notícias trágicas em nosso meio, sobre as quais vamos comentar apenas as três últimas tragédias ocorridas em nosso país, que denotam que a prevenção seria a arma mais importante para se acabar com tais fatos lamentáveis, ceifando vidas do nosso convívio simplesmente pela falta de uma Consciência Prevencionista.

 

Como exemplo, podemos citar os casos da Boate Kiss, barragem de Mariana e, atualmente, a de Brumadinho, sobre as quais, por exemplo, afirmamos, com certeza, que eram tragédias anunciadas.

 

Em nosso país temos normas e leis até demais para tornar a prevenção uma realidade, mas o seu cumprimento é falho e, cada vez mais, se torna pior com a precarização dos órgãos responsáveis pela sua fiscalização, como o desmantelamento do Ministério Trabalho, o enfraquecimento das entidades sindicais no acompanhamento dos trabalhadores nos locais de trabalho e a falta de mobilização popular para a punição exemplar dos responsáveis por estas grandes tragédias, causando mortes, sequelas às pessoas e danos ao meio ambiente.

 

Nosso relato é, portanto, para lembrar sempre que “Prevenir é melhor do que Remediar”.



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