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28/07/2018

SESMT chega aos 46 anos


 

Evento comemorativo marcou a tradição do SINTESP em homenagear os profissionais que compõem este serviço e destacou propostas de união e evolução da cultura da prevenção

 

O SINTESP realizou o tradicional café da manhã em homenagem ao Dia do SESMT, em parceria com a Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo, dia 27 de julho. Este é o 24º evento que o sindicato promove consecutivamente para valorizar os profissionais que compõem o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho, Técnicos de Enfermagem do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Médico do Trabalho.

 

A iniciativa do SINTESP é uma forma de consolidar a história do SESMT, que começou a partir da segunda metade da década de 60, em função do alto índice de acidentados do trabalho, quando a OIT pressionava o Brasil a tomar uma atitude para resolver essa questão. As ações culminaram, em 27 de julho de 1972, na criação da Portaria MTb 3236, que aprovou o PNVT – Programa Nacional de Valorização do Trabalho, cuja meta IV proporcionou condições para preparar no período de 1973 a 1974, 13.939 profissionais de níveis superior e médio para o controle da segurança e medicina do trabalho. Em prioridade máxima, no mesmo dia, por meio da Portaria MTb 3237, o Brasil passa a ser o 1º país do mundo com serviços obrigatórios de segurança do trabalho; e o 5º do mundo com serviços obrigatórios da medicina do trabalho, ficando assim regulamentado o então art. 164 de CLT. Dessa forma, o Brasil é considerado pioneiro no Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho.

 

Esse histórico faz-se importante para fundamentarmos a importância desse evento que o SINTESP faz questão de realizar ano a ano. É uma forma de reforçar a relevância do Sesmt nas empresas e de não deixar esse registro perder seu sentido prioritário em tempos de tantos desafios e incertezas, trazidas especialmente pela reforma trabalhista, que é arregimentar a união em prol das boas práticas prevencionistas e a valorização contínua dos profissionais que atuam na SST.

 

Essas ponderações foram pontos em comum entre as autoridades que compuseram a mesa de abertura: Robson Spinelli Gomes, presidente substituto, que representou a presidente da Fundacentro, Leonice Alves da Paz; Marinete Floriano Silva, enfermeira do Trabalho, que representou a presidente da Anent – Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho; Armando Henrique, diretor do SINTESP e de SST da CNTC – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio; Milton Perez, superintendente da ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes; Leonídio Ribeiro, presidente da Obesst – Organização Brasileira de Entidades de Saúde e Segurança do Trabalho e do Meio Ambiente; e Marcos A. Ribeiro, o Marquinhos da Prevenção, presidente licenciado do SINTESP.

 

Memória do Sesmt

 

As palavras pronunciadas por Spinelli saudaram os profissionais prevencionistas e ressaltaram a importância que tem a Fundacentro para o mundo do trabalho nesses 46 anos de existência do Sesmt e que atendem a principal missão da entidade que é melhorar o conhecimento, capacitar pessoas e fazer intercâmbios que proporcionem avanços na SST. “Esta iniciativa do SINTESP em homenagear os profissionais do Sesmt no Dia Nacional de Prevenção aos Acidentes do Trabalho proporciona o reconhecimento merecido destes profissionais, que atuam no chão de fábrica, que vestem a camisa da segurança, em especial do Técnico de Segurança do Trabalho, que, na prática, sem ele no ambiente de trabalho, as ações preventivas não acontecem na medida necessária, pois é quem está mais próximo do trabalhador e tem esse compromisso no seu dia a dia de trabalho. Esse profissional é essencial para o sucesso da SST nas empresas”, assegura.

 

Spinelli observa ainda que “um País sem memória é um País sem história” ao destacar que lotar o auditório da Fundacentro neste dia importante para a classe prevencionista marca um momento que merecerá ser lembrado daqui a 50 anos, por exemplo, quando em outra oportunidade comemorativa outros profissionais poderão constatar que os atores envolvidos neste evento fazem parte da memória do Sesmt e compuseram de alguma maneira a história viva desse grupo.

 

Em seguida, passando a visão da Anent sobre a data, Marinete, ressaltou o papel dos profissionais de enfermagem neste contexto, que também trabalham 24 horas em prol da saúde e segurança dos trabalhadores. Ela parabenizou a diretoria do SINTESP pela coragem de não deixar morrer a chama do Sesmt.

 

O professor Leonídio contribuiu ao apontar o encontro como sendo de suma importância na referência histórica da prevenção no Brasil e expressou o comprometimento dos profissionais do Sesmt para dar o exemplo em prol da SST aos longos dos seus 46 anos de existência. “A união desses profissionais é que tem ajudado na melhoria contínua da prevenção”, acentuou.

 

Homenagem especial

 

Leonídio disse que ao conversar com várias pessoas durante o café notou uma preocupação geral sobre a existência de um movimento para acabar com as normas regulamentadoras, o que para ele não vai acontecer principalmente porque as NRs têm embasamento em convenções coletivas, premissas da OIT, da qual o Brasil é um país membro. “Diante disso tudo, a minha preocupação maior é com a não revisão dessas normas e criação de novas normas quando elas deveriam ser anexos, por exemplo, trabalho em altura deveria ser um anexo da NR 18 para valorizá-la ainda mais. Na verdade, as NRs deveriam ser entendidas como um equacionamento das questões de insalubridade e periculosidade”, observou citando algumas considerações sobre sua visão a respeito do assunto com exemplos práticos no universo das NRs 10, 15, 20, entre outras e sua preocupação com um item ímpar para alcançarmos as mudanças positivas na SST: a educação.

 

Para confirmar o peso de suas considerações sobre a importância do trabalho do Marquinhos como representante dos TSTs em São Paulo e sua luta incessante para a união da categoria e, em especial, de todos os profissionais que compõem o Sesmt, apontou a necessidade de termos essa mesma liderança na política, com alguém que acompanhe o setor e suas ansiedades. Em prol dessas assertivas, Leonídio, como o respaldo da Obesst, prestou uma homenagem especial ao presidente licenciado do SINTESP, com a entrega do brasão e certificado da Engenharia de Segurança do Trabalho.

 

Com destaque para o aspecto heterogêneo que este evento do SINTESP simboliza ao unir os quatro profissionais que compõem o Sesmt, Armando Henrique apontou, sobretudo, a importância da ação integrada defendida pelo sindicato em prol do futuro da SST. Ele frisou ainda que não podemos desperdiçar esse patrimônio histórico para multiplicar as ações e difundir aquilo que até hoje, 46 anos depois, nós ainda estamos lutando para derrubar, que são a falta cultura da prevenção, falta de ações integradas e o reconhecimento da sociedade sobre a importância do tema.

 

Olhar político

 

Por isso, Armando desafiou a nova geração a atuar com um olhar mais político, por exemplo. “Existem alguns caminhos que devem ser seguidos, primeiro, fazer segurança do trabalho de forma mais inteligente, abraçando a tecnologia; e entendendo que também dependemos da conjuntura política, se esses novos profissionais não dão importância para isso, daqui a 100 anos vamos estar aqui com o mesmo discurso. Portanto, estamos num momento impar, perto de uma eleição em que temos que nos despir um pouco das visões individualistas, das ideologias puras e entender que temos que associar a política a um objetivo exclusivo da nossa categoria que é a defesa da qualidade de vida das pessoas”, avaliou.

 

Na sequencia, Milton Perez, da ABPA, comentou que todos os pronunciamentos o levaram a uma reflexão em buscar saber como que os jovens de hoje estão se desenvolvendo na área de segurança do trabalho, uma vez que fazer segurança não é simples, que ser um promotor da SST é uma missão árdua, mas extremamente gratificante. Ele fez considerações sobre os trabalhos da ABPA em sintonia com o objetivo dos profissionais do Sesmt, ou seja, o de educar para a prevenção.

 

Para Perez, é necessário fazermos segurança conscientes de que é, primeiro, um estado de espírito, o prevencionista deve acreditar em si próprio e no próximo para fazer com que todos estejam protegidos. “Isso só vai acontecer com a nossa união, senão estamos fadados a desaparecer. Portanto, temos que pensar grande e atuar para manter a chama do Sesmt acesa para continuarmos esta caminhada, promovendo a integridade física do ser humano e, conjuntamente, a perenidade das organizações”, afirmou.

 

Para finalizar a solenidade, Marquinhos explicou que está como presidente licenciado do sindicato por motivo da sua candidatura ao cargo de deputado federal e aproveitou para frisar que todos os componentes da mesa fazem parte de uma história viva da SST que precisa ser valorizada. “Hoje só quero parabenizar a todos os profissionais que compõem o Sesmt, e se estamos aqui comemorando 46 anos de sua existência é porque fizemos a nossa parte”, pontua.

 

DNA prevencionista

 

Ele pediu também pela união dos profissionais ao pararem de terceirizar a fala da segurança e saúde do trabalhador, tendo, para isso, pessoas que têm o DNA prevencionista os representando na política, que possam falar em nome da classe, para não correr o risco de acabar perdendo espaço. “Somos milhões de profissionais prevencionistas nesse País, mas nunca tivemos um representante da nossa categoria legislando em causa do prevencionismo brasileiro. Sempre terceirizamos pessoas que estão fazendo as leis e normas e que não conhecem a nossa atividade, não vivenciam o nosso trabalho e criam legislações que nem sempre, nós, profissionais, conseguimos colocar em prática no nosso dia a dia, pois não condizem com a nossa realidade, uma vez que conhecem os meandros da política, mas não os do prevencionismo para fazer, de fato, a prevenção”, destacou.

 

Palestra

 

A programação do evento também foi composta com a palestra do engenheiro de segurança do trabalho e especialista em gestão de riscos, Demerval Warner Bastos Junior, que apresentou o tema “Percepção de Risco - como Desenvolver a Cultura de Prevenção”. Com uma abordagem inovadora e repleta de citações históricas, a apresentação de Demerval pontuou que não podemos ficar com os mesmos discursos e mesmas práticas no dia a dia de trabalho e que temos que adotar, cada vez mais, a tecnologia.

 

O especialista fez um relato histórico dos acontecimentos e avanços que tivemos ao longo dos anos na área de SST comentando sobre o surgimento de conceitos e suas experiências profissionais com os mesmos. Entre os destaques, ele citou conceitos do mundo moderno, como o da “Era Ágil e Anti frágil”, os quais países como o Japão, que já está na fase da Indústria 5.0, já aplica. Na oportunidade ele apresentou a tecnologia VAP (Visão Antecipada do Perigo), um aplicativo que, em minutos, possibilita ao seu usuário gerir um relatório e mostrar ao seu gestor o risco real. “Ele permite que o profissional antecipe a visão do perigo através de visitas dinâmicas nas áreas de trabalho e através do mapeamento de todos os riscos. É uma ferramenta aplicada à prevenção, que aumenta a percepção de risco e ajuda a elaborar um plano de ação efetivo. É um aplicativo simples, versátil, assertivo e fácil. Está disponibilizado na Internet e pode ser utilizado por qualquer pessoa”, completou.

 

Esta edição do Dia do Sesmt contou com a parceria das empresas Instrutherm, Soft Work, Meio Equipamentos, Grupo Saúde e Vida e Safety Tech. Ao final, foram sorteados brindes oferecidos pela Soft Work a todos os participantes.

 

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